Um Tratado de Comércio de Armas precisa regulamentar munições

20/07/2012

Declaração Conjunta para a Imprensa sobre o Tratado de  Comércio de Armas

Conselho Mundial de Igrejas

Aliança Evangélica Mundial

Pax Christi Internacional

Caritas

Nações Unidas, 20 de julho 2012

O tempo está se esgotando para os governos que estão negociando o primeiro Tratado Global de Comércio de Armas com data limite de 27 de julho. Com milhares de pessoas ao redor do mundo sendo mortas ou feridas por violência armada todos os dias, o trabalho dos governos será julgado pelo número de vidas que o tratado ajudará a salvar.
 

O texto sobre a mesa de negociações irá banir as vendas de armas que iriam para genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade, atos terroristas e graves violações dos direitos humanos. Quase todos os 194 países envolvidos reconhecem que as armas e munições mais usadas nestes crimes deveriam, portanto, ser incluídas no tratado.
 

Porém, se alguns poucos países principais não mudarem suas posições de negociação, o tratado proposto não irá incluir as munições e as armas mais usadas para cometer tais crimes.
 

Esta pequena minoria diz que não está a favor de um tratado que regulamente munições. Este resultado deixaria a porta aberta para vender munições para aqueles que cometem tais crimes – assim como acontece agora.
 

As igrejas e seus membros são testemunhas do custo humano da violência armada ilegal cada dia. As mulheres, as crianças e os homens que são trazidos para os hospitais de igrejas e os cemitérios das igrejas em diferentes partes do mundo normalmente têm uma coisa em comum. Eles foram atingidos por munições.
 

O Tratado de Comércio de Armas precisa regulamentar os projéteis que derrubam estas pessoas. Não é admissível que as munições sejam omitidas desta regulamentação que há muito já deveria haver num comércio que tem trazido tanto sofrimento e morte para milhões de pessoas. Leis nacionais existentes já regulamentam munições com algum sucesso. O Tratado Global de Comércio de Armas necessita ser construído em cima deste sucesso fazendo o mesmo e cortando a fonte de balas para as armas ilegais já em uso.
 

Para as pessoas de boa vontade e de fé, a proteção da dignidade humana e da santidade da vida é o verdadeiro teste do Tratado de Comércio de Armas. Um tratado forte e eficaz poderá proteger pessoas de insegurança, privação, medo e morte causados pelo comércio não regulamentado e irresponsável de armas – mas não se o tratado deixar de regulamentar as munições.
 

Apoiamos a maioria dos governos que querem incluir munições no Tratado de Comércio de Armas. Conclamamos aos poucos governos que se opõem a esta provisão de senso comum no tratado a se juntarem a ela e fazerem a sua parte para o bem comum.
 

Signatários*:
Rev. Dr. Walter Altmann, moderador, Conselho Mundial de Igrejas
Dr. Geoff Tunnicliffe, secretário geral, Aliança Evangélica Mundial
Dra. Marie Dennis, co-presidente, Pax Christi Internacional
Embaixador (em.) Didier Destremau, porta-voz do programa de desarmamento, Caritas
* Os signatários representam organizações que compreendem 90% dos dois bilhões de cristãos no mundo.
 


Autor(a): Marie Krahn
Âmbito: IECLB
ID: 15856
COMUNICAÇÃO
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Martim Lutero
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