Autocompreensão Cristã no Contexto do Pluralismo Religioso

14/02/2013

Nos dias 09 a 14 de fevereiro encontraram-se ao todo treze pessoas de diversos países e igrejas cristãs ligadas ao Conselho Mundial de Igrejas. O encontro aconteceu no Desmond Tutu Conference Centre em Nairobi/Kenya. Participaram cristãos e cristãs ortodoxos, luteranos, anglicanos, presbiterianos, batistas, pentecostais e uma católica.

Esse foi o segundo encontro conclusivo no tema. O objetivo foi reunir os resultados das consultas anteriores realizadas no contexto de outras grandes religiões (islã, judaísmo, hinduísmo, budismo) e das religiões indígenas que vinham sendo realizadas, desde 2008, num documento a ser apreciado pela Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas em out/nov 2013, em Busan, na Coréia do Sul.

Nesse encontro o grupo foi encarregado de complementar o rascunho anterior que já tratava da autocompreensão cristã com base na Trindade. O Deus Criador, Redentor e Consolador, a Triunidade Divina de Pai, Filho e Espírito Santo serviu como guia para elucidar como os cristãos compreendem a si mesmos frente a outras religiões. Há semelhanças, mas também há diferenças, dúvidas e desafios que dificultam o diálogo. As outras religiões monoteístas têm dificuldades com o conceito cristão de Triunidade. As religiões indígenas acentuam o Deus Criador e Mantenedor de sua criação, concebida como um grande ser vivo interrelacionado.

Nesse segundo encontro, o grupo foi solicitado a desenvolver a autocompreensão cristã no contexto de outras religiões nos tópicos de escritura, igreja e escatologia. Vimos que todas as outras religiões têm suas escrituras ou histórias sagradas em alta conta, e só uma atitude de profundo respeito mútuo pode garantir a continuidade do diálogo. Vimos também que a igreja é ao mesmo tempo corpo de Cristo e organização humana imperfeita para continuar a missão de Deus no mundo, entretanto, como um grupo entre outros. Quanto à escatologia, às últimas coisas, há concepções muito diferenciadas dentro do próprio cristianismo, mas uma esperança comum de que Deus restaurará sua criação para ser uma nova criação e que tudo vai na direção de uma grande festa com todos os povos da terra. Nesse horizonte de fim dos tempos, cristãos e igrejas já agora orientam a sua vida e se empenham por justiça e paz entre os povos.

Fonte: Hans Alfred Trein

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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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