Cartas vivas - Igreja Luterana Árabe

19/09/2007

 
A visita de um grupo ecumênico internacional a líderes de igrejas e comunidades em situação de violência nos Estados Unidos, denominada “Cartas Vivas”, integra a Década para Superar a Violência (2001 – 2011), do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), uma iniciativa que produz alternativas pacíficas à violência.Líderes de igrejas e comunidades em situações de violência em Nova York, Filadélfia, Washington D.C. e Nova Orleans estão compartilhando suas experiências com o grupo internacional, na visita que iniciou no dia 15 e segue até o dia 23 de setembro. Vindos do Brasil, da África do Sul, Líbano e Paquistão, os membros da equipe expressam a solidariedade às igrejas norte-americanas, enquanto ouvem sobre seus esforços na construção da Paz, em um contexto de violência urbana marcado por armas de fogo, racismo ambiental e a guerra no Iraque.

O teólogo brasileiro Dr. Marcelo Schneider, especializado em ética social ecumênica e assessor do pastor presidente da IECLB, Dr. Walter Altmann para sua função de moderador do CMI, é um dos participantes. Ele criou um blog, relatando sobre as visitas, e reproduzimos aqui parte do material. Nova York, 16 de setembro – “Quando o Rev. Khader N. El-Yateem nos deu as boas vindas na Igreja Luterana Árabe, no Brooklyn, domingo à tarde, percebemos imediatamente que aquele era um lugar único. Criado muito antes de 11 de setembro de 2001 (a data do ataque às torres em Nova York), este projeto missionário da Igreja Evangélica Luterana na América (sigla ELCA em inglês), membro do Conselho Mundial de Igreja, promoveu naquele dia um painel de discussões sobre o cenário religioso nos Estados Unidos depois dos eventos de 11 de setembro.Representantes de grupos cristãos e muçulmanos locais estavam presentes. Integrantes da comunidade judaica, também protagonista dos esforços de cooperação religiosa no bairro, não participaram em respeito ao sábado judeu (Sabbath).

A equipe do Cartas Vivas teve a chance de trocar informações sobre experiências culturais e religiosas antes que as lideranças presentes no encontro iniciassem seus depoimentos sobre a diversidade de iniciativas de construção de paz nesta região da cidade de Nova York.O grupo inter-religioso, que clamou pela Paz para os Estados Unidos e para o mundo, é formado por advogados, médicos, soldados reformados do exército americano, líderes religiosos e jornalistas. A forma que eles escolheram para construir a paz é muito simples: promover relações e encontros para o diálogo, com inspiração não apenas em temas relacionados a preconceito ou religião, mas que tratam também de assuntos comuns que afligem toda a comunidade, como políticas públicas de saúde e educação. A afirmação da identidade do outro também faz parte da riqueza do processo. Parece que quanto mais os cristãos aprendem sobre Islamismo ou sobre Judaísmo, melhor praticam o Cristianismo.A congregação onde estivemos é chamada “Salam”, a palavra árabe para Paz. “O que significa ‘Salam’?”, desafiou o Rev. El-Yateem durante a sua fala de abertura. Esta comunidade, que funcionou como um “santuário” para muitos imigrantes árabes locais que passaram a ser perseguidos logo após os eventos terroristas de 11 de setembro, devido ao preconceito cultural, étnico e religioso, nos mostrou que o diálogo inter-religioso e a construção da paz andam de mãos dadas no Brooklyn.

(Marcelo Schneider)
 


Autor(a): Marcelo Schneider/CMI
Âmbito: IECLB / Organismo: Conselho Mundial de Igrejas - CMI
ID: 2889
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