Genebra, 15 de maio de 2013 (FLM) – Pela primeira vez, cristãs e cristãos luteranos e católico-romanos trabalharam juntos, em nível global, para contar a história da Reforma e, assim, contribuir para o estreitamento da unidade cristã.
A publicação de „Do Conflito à Comunhão” pela Comissão Luterana/Católico-Romana pela Unidade acontecerá neste mês. A Comissão foi incumbida pela Federação Luterana Mundial (FLM) e pelo Conselho Papal para a Promoção da Unidade dos Cristãos a fomentar, em nível global, o diálogo ecumênico entre as duas comunhões cristãs mundiais.
A Secretária-Geral interina da FLM para Assuntos Ecumênicos, Pastora Dra. Kaisamari Hintikka, explicou que a publicação de “Do Conflito à Comunhão. Comemoração Conjunta Luterano-Católica da Reforma no Ano de 2017” contribui para o fortalecimento do engajamento para a unidade visível da Igreja. Ela será apresentada ao Conselho da FLM por ocasião de sua reunião em junho deste ano.
Conforme Hintikka, „Por vários séculos, desconfiança e preconceitos marcaram a relação entre cristãs e cristãos luteranos e católicos. Vemos esta publicação como uma grande chance de, em conjunto, dialogar a respeito desta carga histórica, para poder criar mais possibilidades de dar testemunho conjunto – não somente cristãs e cristãos isoladamente, mas também como Igrejas cristãs”.
Toda a Publicação é permeada pelos temas do Jubileu de 500 anos da Reforma e do 50º aniversário do início do diálogo luterano/católico-romano em 2017. A publicação se fixa em importantes marcos ecumênicos, principalmente a Declaração Conjunta da Justificação por Graça e Fé.
Hintikka frisou que a elaboração conjunta do documento “Do Conflito à Comunhão” foi possível através do processo de um entendimento mútuo mais profundo entre Luteranos/as e Católicos/as, que resultou na Declaração Conjunta da Justificação.
Representantes da FLM e do Conselho Papal para a Promoção da Unidade dos Cristãos assinaram a Declaração no dia 31 de outubro de 1999 em Augsburg e, com isto, declararam oficialmente que as condenações mútuas da época da Reforma no século XVI não condizem com a sua doutrina atual. Também outros parceiros ecumênicos se uniram ao acordo histórico. Em 2006 a Igreja Metodista reforçou a Declaração Conjunta. Em 2011 foi lançado o estudo “Fundamentos Bíblicos para a Justificação”.
„Através de ‘Do Conflito à Comunhão’, Luteranas e Luteranos e Católicas e Católicos confessam ser responsáveis pela ruptura da unidade eclesial. Ao mesmo tempo, o documento vê o jubileu da Reforma como uma possibilidade de renovar o engajamento para a cura das lembranças e do restabelecimento da unidade dos cristãos”, declarou Hintikka.
Mesmo sendo uma tarefa difícil, o Jubileu dos 500 anos da Reforma oferece, entre outros, a possibilidade de ampliar nosso entendimento, de modo que também outras Igrejas, não provenientes da Reforma, possam participar da herança da Reforma, frisou ela.
„Os reconhecimentos da Reforma foram tão significativos, que não apenas modificaram a compreensão espiritual e teológica, como também contestaram a concepção prevalecente de estruturas sociais e percepção das pessoas”, esclareceu Hintikka.
Na FLM, o Jubileu da Reforma também foi visto como oportunidade para convidar para troca de ideias sobre identidade, espiritualidade e teologia luteranas, complementou.
O documento „Do Conflito à Comunhão” ocupa-se, entre outros, com o Jubileu da Reforma no contexto ecumênico e global, como elementos fundamentais da teologia de Martin Luther com vistas aos diálogos luterano-católicos, bem como com cinco imperativos ecumênicos, referentes à relação entre Católicos/as e Luteranos/as na Comemoração Conjunta da Reforma em 2017.
A publicação oferece às igrejas-membro da FLM a oportunidade de „não somente aprender algo sobre suas próprias raízes históricas e teológicas, como também sobre nossas relações com a Igreja Católica – sobre os motivos pelos quais estas, por um lado, são tão difíceis, mas por outro também é tão importante refletir sobre elas” finalizou Hintikka.
A versão inglesa do texto („From Conflict to Communion“) será apresentada no dia 17 de junho, por ocasião da reunião do Conselho da FLM em Genebra durante uma coletiva de imprensa conjunta da FLM e do Conselho Papal para a Promoção da Unidade dos Cristãos. A versão alemã poderá ser adquirida como print publication na Editora “Evangelische Verlagsanstalt”.
