Envolvimento das igrejas locais na preparação da Assembléia entusiasma Kobia

16/11/2004

O secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Samuel Kobia, chegou animado ao Brasil, depois de passar quatro dias na Bolívia, início de sua visita de 20 dias por cinco países da América do Sul, e saiu entusiasmado do Brasil, onde ficou de 5 a 13 de novembro.

Estou muito satisfeito com o entusiasmo e o compromisso das igrejas do Brasil em relação com a Assembléia, que vem a ser um dos fatores chave para o êxito de um evento desse tipo. Trata-se de um entusiasmo genuíno, que inclui também os representantes da Igreja Católica Romana, com quem temos conversado, relatou Kobia ao encerrar a visita de 9 a 12 de novembro, em Porto Alegre.

Interessado em temas do mundo pentecostal, o secretário geral do CMI também se reuniu, informalmente, com o pastor da Igreja O Brasil para Cristo, Ivan Nunes, em Porto Alegre. Kobia informou o pastor Nunes sobre o motivo de sua vinda ao Brasil e inteirou-o acerca da realização da 9ª Assembléia Geral do organismo ecumênico, em fevereiro de 2006 na capital gaúcha.

O CMI pretende emitir convite formal à Igreja Brasil para Cristo, assim como a outras igrejas pentecostais da América Latina, para que participem da Assembléia e das oficinas, que estão sendo chamadas de mutirão, que o extenso programa do evento prevê também para assuntos que dizem respeito ao pentecostalismo. Mas, de momento, nenhum convite oficial foi dirigido ainda a essas igrejas.

Também na capital gaúcha, Kobia participou de reuniões dos comitês Nacional e Local de preparação da Assembléia. A coordenação local de preparação do evento está a cargo do pastor luterano Rui Bernhard, e vários grupos de trabalho já estão em funcionamento, visando o êxito do encontro máximo das igrejas vinculadas ao CMI.

Na sexta-feira, 12, Kobia e os colaboradores do seu staff de Genebra que o acompanham nesse giro pela Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Chile deslocaram-se a São Leopoldo, para conhecer o trabalho ecumênico que a Escola Superior de Teologia (EST), vinculado à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), realiza.

O secretário geral manteve contato com a coordenação do Conselho de Missão entre Índios (Comin), que tem sua sede em São Leopoldo. O pastor brasileiro Hans Trein explicou que o trabalho do Comin está centrado nas questões de terra, saúde, educação e direitos indígenas, e que em todos eles perpassa o eixo da reconciliação.

A IECLB é uma igreja de migração e em muitas localidades imigrantes alemães entraram em choque com comunidades indígenas por causa da terra. Os imigrantes foram trazidos pelo governo imperial, a partir de 1824, dentro de uma política de ocupação de terras, que pertenciam a povos indígenas. O Comin entende que a igreja foi vítima e cúmplice, ao mesmo tempo, dessa situação, e que o arrependimento passa pelo apoio, hoje, aos povos indígenas na luta por preservação de terra, cultura e defesa dos seus direitos.

O Comin também se volta à recuperação e valorização de línguas indígenas, como o fez com a língua dos madijas, que agora contam com uma espécie de gramática, organizada pelo teólogo alemão Frank Tiss, que vive, com sua família, no Amazonas. Os próprios indígenas reproduzem a ideologia do opressor, considerando sua língua como dialeto, quando, em alguns casos, elas são mais complexas que línguas européias, explicou o pastor Arteno Spellmeier, do Comin.

Kobia aplaudiu o trabalho do Comin e disse que fato semelhante acontece em países da África. Pessoas que falam até três ou quatro línguas africanas, quando indagadas quantos idiomas dominam, referem-se apenas ao inglês e ao francês.

De Porto Alegre, a comitiva do CMI viajou a Argentina, no sábado, 13.

Integraram a comitiva do CMI, além de Kobia, o bispo metodista argentino Aldo Etchegoyen, do Comitê Central do organismo ecumênico; a pastora Marilia Schüller, metodista brasileira, coordenadora do Programa de Combate ao Racismo do CMI; Marta Palma, chilena pentecostal, secretária para a América Latina do CMI; e Juan Michel, argentino, da Igreja Evangélica do Rio da

Prata, assessor de imprensa do CMI.


Fonte: ALC Notícias- Edelberto Behs
 

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