Igrejas latinas dizem sim ao Referendo

21/10/2005

As igrejas cristãs da América Latina e Caribe manifestaram apoio à proibição da comercialização de armas e munição no Brasil, que será votada em Referendo Popular no próximo dia 23 de outubro.

A posição foi firmada durante a Pré-Assembléia Latinoamericana do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), ocorrida de 16 a 18 de outubro na cidade de Mendes (RJ), e constou na carta final do encontro.

O CMI elegeu os primeiros 10 anos do século como a Década para Superação da Violência e considera “a solidariedade a única arma eficaz para abater a violência”, como lembrou Ervino Schmidt, secretário executivo do Conselho e pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

A Pré-Assembléia reuniu cerca de 60 representantes do México, Cuba, Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Nicarágua, México, Guatemala e Peru, além das cinco regiões brasileiras.

Durante três dias, os participantes oraram, fizeram reflexões bíblicas, debateram a intolerância religiosa, o ecumenismo entre os seguidores de Jesus Cristo e o diálogo com religiões não cristãs. Mas não se limitaram às atividades espirituais.

O grupo também discutiu os principais problemas latinoamericanos e caribenhos, entre eles o imperialismo econômico, a ilegalidade da dívida externa, a devastação da natureza e a instalação de bases militares estrangeiras, especialmente norte-americanas, nos países do continente.

“Nossas democracias estão hipotecadas, nossos países foram saqueados e nossa economia cresce segundo a lei do câncer, provocando mortes”, resumiu o bispo Metodista Aldo Etchegoyen. Para ele, não basta falar apenas em eliminar a pobreza:

“É preciso combater também a riqueza, os capitais ilícitos que se alimentam da droga, das armas, do tráfico de mulheres e crianças e não coincidem em nada com a vontade de Deus”. No entender da bispa Metodista Nelly Ritchie, para reverter a situação da América Latina e Caribe “desenvolver a capacidade de descobrir onde podemos nos inserir, passar do discurso do não para o discurso do sim”. Marcada pela diversidade, a Pré-Assembléia contou até mesmo com indígenas cristãos, como o bispo metodista boliviano Carlos Poma, que apresentou uma bandeira de retalhos com as cores do arco-íris, a Wiphala, representando a vida.

O evento de Mendes foi uma prévia da 9a Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que ocorrerá de 14 e 23 de fevereiro de 2006, em Porto Alegre. Programada para receber mais de 3 mil cristãos, a 9a Assembléia está sendo chamada de Fórum Social Mundial Ecumênico. Sua organização envolve mais de 200 voluntários.
 

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