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ID: 8

VISITAÇÃO COMUNITÁRIA

13/08/2022

Culto na Comunidade Bom Pastor - Buritis/RO
Conselho Paroquial - Paróquia Crescendo no Amor
Um presente
Travessia do Rio Jamari de balsa para ir ao Ponte de Pregação Alto Paraiso
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VISITAÇÃO COMUNITÁRIA

 

A Igreja de Jesus, em Atos dos Apóstolos, inicia pequena. Jesus reuniu muitas pessoas, “multidões”, por várias razões humanitárias e de compromissos com a vida e dignidade. Isso também é realidade na ação do Espírito Santo, confira Atos 2. 1-41. Mas a igreja nasceu pequena. Não com multidões. Com o ímpeto do Espírito Santo, em Pentecostes, a Igreja de Jesus Cristo anuncia tempo de graça, de movimento, de caminhadas e de dificuldades. As práticas comunitárias do “ir de casa em casa, repartir o pão, ler e estudar a Palavra e fazer orações em conjunto” são realidades do dia a dia. Atos é Igreja do Espírito de Deus. A vivência da fé, o testemunho e a pregação pública do Evangelho são expressões do amor de Deus na comunidade e a partir dela. As marcas da comunidade são diversas, mas estão em evidência o movimento, o caminho, a casa, a mesa. Nesta comunidade, estão em comunhão a evangelização e a missão. São práticas reconhecidas na Igreja, na sua história, também entre nós. “Chegar e pegar juntos” é o tema recorrente da Igreja de Jesus Cristo.

Em meu Ministério a visitação nas casas é prioridade. Sempre foi essa a prática comunitária. “Vai na minha casa” é o convite que mais me foi feito. Tenho feito encontros muito significativos em comunhão com as famílias. Sobre chegar e pegar juntos dialogamos na comunidade. Em 2022, recebemos convite da Pastora Sinodal Vera Lucia, do Sínodo da Amazônia, para o trabalho pastoral de seis meses. Aceitamos o convite.

No segundo semestre de 2022, refletimos a partir de atividades significativas no Campo Ministerial em Ariquemes, RO. Dia 13 de agosto de 2022, chegamos a Ariquemes. Fomos bem recebidos por Iriane, Amósio e Lourenzo. E no domingo, a comunidade de Ariquemes nos acolheu com carinho e simpatia. A Rute e Alex foram juntos. Ficaram comigo dois dias. Dialogamos e pensamos sobre como poderiam ser os seis meses por aqui. Por força das contingências, meu trabalho foi pensado para ser realizado em 5 comunidades. Mas precisa ser em onze comunidades e pontos de pregação. Houve mudanças, mas a gente faz o que pode fazer. E deu certo.

Já no domingo, dia dos pais, celebramos culto em Ariquemes. Depois do culto, almoço comunitário. E a conversa foi muito boa. Entre os assuntos, um tema preferido foi bíblia e visitação. Foi o assunto geral, em todas as onze comunidades. Em alguns lugares deu certo, outros nem tanto.

Em momentos a Leda esteve aqui comigo, alternando suas outras atividades e acompanhando os cuidados de saúde de sua madrasta, em Rondon, PR. Na medida do possível, seguimos a estratégia do encontro familiar na casa, suas ênfases, sua vida, histórias da Bíblia. Pensei em criar clima de confiança e de amizade. As casas seriam o território significativo para as partes. E pontos de fé e vida na evangelização e missão de Deus, a exemplo de atos dos apóstolos hodiernos.

Vejamos a prática pedagógica de Jesus. Quando João apresenta seus seguidores para Jesus Cristo acontece a evangelização participativa, num ambiente familiar da casa, do rio, da picada e do pátio (João 1.29-43). João apresenta Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (v.29c). Faz a narrativa sobre como Jesus lhe foi apresentado e como reagiu. Disse que viu o sinal que lhe fora indicado. Por isso, declara que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Depois João e dois de seus seguidores viram Jesus passar. João faz comentários importantes. Dois de seus seguidores caminham, seguindo Jesus pela picada, a pé. O que vocês estão procurando? pergunta Jesus. A isso, vem a pergunta dos amigos de João: onde atendes? Jesus os convida para vir e ver. Todos vão até à casa de Jesus. André chama seu irmão Simão que, também, é incluído no pequeno grupo. A casa de Jesus para onde todos vão, neste caso, é significativa na época, mas, também para a Igreja de Jesus, hoje.

Atitude bonita tem João. Ele poderia querer ser o Messias prometido, o chefe do grupo. No entanto, evangelizou para que seus amigos fossem discípulos de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus. O ambiente é familiar para todas as pessoas envolvidas na roda de conversa. João batizou no rio, o caminho é a picada é em direção à casa, vem a casa e o pátio.

A igreja Bom Pastor, em Buritis, tem dialogado de modo significativo com as famílias no ambiente da casa e da estrada. Os membros moram na cidade e no campo. As visitas na casa é uma atividade realizada, prioritariamente. No vai e vem desta atividade, estrada, pátio e casa são ambientes favoritos. No entanto, faz parte do conjunto interligado das atividades comunitárias. É a Igreja de Jesus que faz o encontro na casa.

Importante momento é a bênção. No ato dela, no culto na igreja, em Buritis, RO, inicia novos acontecimentos. As pessoas recebem a bênção e se dirigem aos seus afazeres. Naquele domingo de setembro foi diferente para o jovem Fabiano. Enquanto as pessoas levantam dos bancos e vão em direção à porta, ele faz o caminho contrário. Pois, levanta e vem com passo largos em direção ao altar. “Pastor, minha mãe está doente e não pode vir ao culto. Pode fazer uma visita?”, ele pergunta. Ali mesmo, em frente ao altar, agendamos a visita.

Visitação é um programa da comunidade Bom Pastor, em Buritis. Quando iniciei o trabalho pastoral temporário de seis meses na Paróquia Crescendo no Amor, Ariquemes, priorizamos fazer visitas nas casas. Contamos com o apoio de lideranças da comunidade. Vou duas vezes ao mês para aquela comunidade. Pernoito na casa de membros de sexta a segunda. As lideranças fazem os contatos, telefonam, dialogam. Elas me avisam com antecedência quantas visitas estão agendadas. E quem, ainda, pode ser contatado. É de fundamental importância essa atividade do grupo de visitação. Através desta atividade, a comunidade cria vínculos de cuidado e compromisso mútuo.

As visitas são planejadas num programa com duração de 1h30min, na casa. A primeira hora é para roda de conversa sobre assuntos em que as famílias fazem as narrativas dos seus desafios. Depois vem a leitura bíblica, sugerida ou não pela família, uma breve mensagem, perguntas e comentários. Conclui este momento com oração e benção familiar. Depois pode-se dialogar a pedido de familiares, o que nem sempre acontece, mas acontece na maioria das vezes. A partir destes momentos, as famílias tem se aproximado mais em termos de comunhão familiar e comunitária. Evidentemente, deve-se cuidar para não atropelar as famílias com imposições e leis, pois, Jesus Cristo é a boa notícia de Deus. Essa boa notícia, que é Jesus Cristo, é o que importa mais. Com ela, chegamos pegamos juntos, no ritmo comum. O povo na igreja gosta destas rodas de conversas familiares, bíblicas, teológicas, comunitárias e compartilhadas.

Pastor Emérito Teobaldo Witter


Autor(a): Pastor Emérito Teobaldo Witter
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 1 / Versículo Inicial: 29 / Versículo Final: 43
ID: 70357

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