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Meditação da semana

O ensinar e aprender com Jesus

28/09/2023

“E conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará!” (João 8.32)

Neste verso podemos constatar que Jesus se ocupava com o tema da educação em suas preleções e que sua posição é contrária à manipulação e os manipuladores. Em outros momentos, Jesus foi bastante áspero - diria até inconveniente - ao chamar os mestres da lei de hipócritas. Esta relação de Jesus com o ensino me dá bastante inspiração para meditar sobre educação.

Na prática de Jesus, podemos ver que o ensino se dá através do exemplo. O que ensinamos? Quais as nossas intenções com o ensino? O ensino não deve visar o “adestramento”, mas sim a disciplina, regras e limites, pois a falta destes tem levado ao relativismo. Estes fatores, em grande medida, contribuirão na construção da liberdade da pessoa que será agente em seu meio.

Jesus, em seu tempo de atuação na Galiléia e redondezas, causa imenso impacto na educação, mas também na vida social como um todo. Em seus ensinamentos, ele fala de inclusão, acesso ao discernimento e oportunidade para todas as pessoas. Os líderes de seu tempo, e alguns de nosso tempo, dirão “como assim, todas as pessoas?”.

As definições de educação são muitas. Trarei algumas para dar luz ao que sentimos e é algo que ainda não está concluído. É um processo constante.

A educação na Grécia limitava-se à nobreza e aos assim chamados “homens livres”. Os meninos ricos aprendiam também fora da escola, como em acampamentos ou com velhos mestres. O ensino era particular e para poucas pessoas. Mais tarde, com a democratização da cultura, surgiu a escola aberta no ano 600 a.C., mas, ainda assim, para meninos nobres.

“As crianças devem, antes de tudo, aprender a nadar e a ler; em seguida, os pobres devem exercitar-se na agricultura ou em uma indústria qualquer, ao passo que os ricos devem se preocupar com a música e a equitação, e entregar-se à filosofia, à caça e à frequência aos ginásios.” Dois séculos depois, temos a seguinte afirmação de um poeta militar grego conhecido como Xenofonte: Só os que podem criar os seus filhos para não fazerem nada é que os enviam à escola; os que não podem, não enviam. (in: O que é Educação? Carlos Rodrigues Brandão, pág. 40).

Em tempos modernos, observamos que a educação do ser humano existe em toda parte, não só na escola. É resultado da ação do meio social em que se vive. É o exercício de viver e conviver.

A educação deve ser estimulada e não pode ser confundida com o simples desenvolvimento ou crescimento e nem mera adaptação ao meio em que se vive. É atividade que desperta em cada ser humano a potencialidade física, moral, espiritual e intelectual, respeitando as suas limitações. A educação não deve visar tão somente a formação de mão-de-obra, mas a formação de agentes de mudança, promoção e desenvolvimento, e tornar as pessoas cultas e também agentes de educação. Pessoas instruídas trazem desenvolvimento para uma sociedade. O investimento na educação nunca é demais, pois o que custa caro é a ignorância.

Em nosso tempo, existe a cultura do “nem nem” - nem estuda, nem trabalha. Tem-se a facilidade de dizer que o jovem não quer estudar nem trabalhar. Deveríamos nos dedicar a avaliar caso por caso antes de termos esta posição de que depende somente dos jovens, pois a desistência da escola não é uma escolha, mas tem sido uma imposição social. Muitos destes jovens já são pai ou mãe, por exemplo, e não têm onde deixar suas crianças. E o mercado de trabalho, em sua contratação, na grande maioria das vezes, exige experiência o que muitos não têm. A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto” (Darcy Ribeiro). Outro dado preocupante é uma pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Uma pesquisa feita com 37 países revela que a população fora da escola no Brasil é de 35,9%, ficando o Brasil somente na frente da África do Sul, com 46,1% de crianças e adolescentes fora da escola.

No início de nosso texto, falamos do ensino de Jesus. Jesus combatia o pecado e a crueldade com os fracos. Jesus tem uma causa: alcançar todo o mundo, pessoas de todas as nações, sem distinção e sem discriminação, e faz isso com amor pelas pessoas. Ele não fez isso sozinho. Quando falamos em mestres, professor, professora, precisamos recuperar a autoestima e o entusiasmo pela educação.

O reconhecimento dos professores e professoras passa na melhoria de condições para o ensino como também do rendimento e das oportunidades que estes devem ter para aperfeiçoar o conhecimento. Que o nosso ensinar e aprender seja pautado na prática como o fez Jesus.

P. Jorge Rucks Hirt
Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Rolante
 


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